Livros indicados

Nenhum divulgador moderno das ciências ocultas pode ser comparado a Éliphas Lévi. Já entre os antigos, apesar de muitos estarem em maior patamar, nenhum nos é tão interessante de ser estudado, pois ele representa o próprio espírito dos tempos modernos tentando reinterpretar, por vezes forçadamente, os oráculos da antiguidade. É óbvio que há nomes mais grandiosos, mas ninguém excede o fascínio que o mago francês trouxe para a literatura ocultista. Os demais são destinados aos especialistas e aos típicos estudantes sérios capazes de escavar significado em tomos quase incompreensíveis, enquanto nos livros de Lévi conseguimos apreciar de fato a leitura, da mesma forma que podemos apreciar poetas modernos. No texto de Lévi as concepções antigas são devidamente revisitadas e consideradas, mas de cada parágrafo emana um novo espírito primaveril.

Lévi ainda estava no meio do caminho de ascensão nos graus iniciáticos quando publicou Dogma e Ritual da Alta Magia. E, não obstante, sua obra veio a se tornar uma das mais célebres no meio ocultista, de modo que até o século atual ela continua sendo considerada uma das introduções mais confiáveis à Cabala, ao Tarô, à prática da magia cerimonial e ao ocultismo em geral.

Escrito no final da vida, O Grande Arcano, também chamado de O Ocultismo Revelado, é o livro mais profundo de Éliphas Lévi. Poderíamos trazer aqui uma longa exposição sobre essa pérola memorável, e infelizmente relativamente desconhecida, mas optamos por deixar o próprio autor falar sobre ela:

"Esta obra é o testamento do autor; trata-se do mais importante e o último de seus livros sobre a ciência oculta.

É dividida em duas partes. A primeira é intitulada “O mistério real ou a arte de governar as forças e subjugar poderes” e a segunda “O mistério sacerdotal ou a arte de fazer-se servir pelos espíritos”.

Este livro não necessita de introdução ou prefácio; obras precedentes do autor cumprem amplamente tais funções.

Nele se encontra a última palavra do ocultismo; foi, portanto, escrito com a maior clareza que nos foi possível empregar.

Este livro pode e deve ser publicado? Ignoramos isso ao escrevê-lo.

Se ainda existem verdadeiros iniciados no mundo, é para eles que escrevemos, e somente eles podem nos julgar."

Éliphas Lévi